Mudanças
Novo diretor-geral da PF fará mudança em área de combate à corrupção
Estão previstas alterações em superintendências estaduais


O novo diretor da Polícia Federal, delegado Paulo Maiurino, sinalizou nesta
quarta-feira (7) as primeiras mudanças que pretende fazer na cúpula da
corporação.
No horizonte estão alterações em superintendências estaduais e na área de combate à corrupção, uma das mais sensíveis da PF e que é responsável pelos inquéritos contra políticos em tramitação no STF (Supremo Tribunal Federal).
Exemplos de apurações sob os cuidados da área de combate à corrupção são os inquéritos das fake news e dos atos antidemocráticos, casos que miram familiares e aliados do presidente Jair Bolsonaro.
Anunciado nessa terça-feira (6) pelo novo ministro da Justiça, Anderson Torres, após o aval de Bolsonaro, Maiurino aguarda a publicação da nomeação no Diário Oficial da União para divulgar as novidades.
Entre os nomes para a área de combate à corrupção, o mais cotado é Luís Flávio Zampronha, com experiência em casos envolvendo políticos.
Como é de praxe, a mudança no comando da PF dividiu a corporação. Nas redes de comunicação de servidores, houve reclamações quanto ao fato de Maiurino estar afastado há tempos, exercendo cargos políticos.
A favor de Maiurino, colegas mais próximos comentam que ele terá mais habilidade para tratar questões de interesse da corporação que os dois anteriores, Rolando Souza e Maurício Valeixo. O desafio, reconhecem, será o de manter a independência da PF sem desagradar Bolsonaro.

O novo diretor da PF é considerado por Anderson Torres um nome que
ajudará o Palácio do Planalto a refazer a base na segurança pública,
desarticulada nos últimos meses —reflexo das mudanças realizadas na pasta da
Justiça com a saída de Sergio Moro, no primeiro semestre do ano passado, e com
a dificuldade do governo de levar adiante no Parlamento matérias de interesse
do grupo.
Assim como o novo ministro da Justiça, Maiurino tem uma bom trânsito na relação com a bancada da bala no Congresso.
Além do Legislativo, o novo diretor da PF também tem interlocução com o Judiciário. Ele chefiou a Secretaria de Segurança do STF entre outubro de 2019 e setembro de 2020 e tem boa relação com os ministros da corte.
Dentro da PF, Maiurino já ocupou cargos relevantes. Comandou a Interpol Brasil (Divisão de Cooperação e Operações Policiais Internacionais) e foi assessor de relações internacionais da direção da corporação.
O delegado assume o cargo em um momento conturbado, após o chefe do Executivo fazer seis mudanças no primeiro escalão do governo e trocar também o comando do Ministério da Justiça.
Maiurino ocupará o lugar de Rolando Souza, nomeado para o cargo em maio do ano passado. Rolando chegou ao posto em um momento turbulento, após Moro e o então chefe da PF, Maurício Valeixo, pedirem demissão acusando o presidente de querer interferir nos trabalhos da corporação. O Supremo instaurou um inquérito para apurar as acusações.
Ao pedir demissão do governo, Moro acusou Bolsonaro de tentar interferir politicamente na PF, órgão que mantém investigações no entorno de aliados e da família presidencial.
No mês passado, a PF abriu inquérito para apurar suposto tráfico de influência de Jair Renan, filho 04 do presidente, por meio da Bolsonaro Jr Eventos e Mídia, empresa aberta em novembro.
* Com informações da Folha de São Paulo
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